Prémio Literário Carlos de Oliveira





Está a decorrer, até ao próximo dia 31 de dezembro, o período de entrega de obras concorrentes à quarta edição Prémio Literário Carlos de Oliveira, iniciativa promovida pelo Município de Cantanhede para estimular a criação literária no âmbito de uma homenagem a um dos grandes autores portugueses da segunda metade do século XX.

Nos termos do regulamento que a Câmara Municipal acaba de anunciar, o vencedor do concurso será contemplado com uma verba pecuniária de 5.000 euros, integralmente suportada pela autarquia cantanhedense, que assegurará também os custos decorrentes da edição da obra premiada.

O certame literário é aberto à participação de autores de qualquer dos países de língua oficial portuguesa, que podem concorrer com apenas uma obra, inédita e não editada, em prosa narrativa (conto ou romance). Os originais, num mínimo de 120 páginas em formato A4, com o texto processado em letra Times New Roman em corpo 12 e entrelinha a 1,5 espaço, deverão ser remetidos, até 31 de dezembro, para o Museu da Pedra do Município de Cantanhede, Largo Cândido dos Reis, n.º 4, 3060-174 Cantanhede, contando para o efeito a data do carimbo dos CTT.


Livros da Editora Benfazeja


Nos termos do regulamento, cada concorrente terá de entregar a obra assinada sob pseudónimo em cinco exemplares devidamente encadernados dentro de um sobrescrito que deverá conter ainda um outro envelope fechado e lacrado, dentro do qual deve estar a identificação e a morada do autor e no exterior apenas e só o pseudónimo correspondente.

O júri da quarta edição será constituído por cinco elementos, designadamente o Presidente da Câmara Municipal de Cantanhede, ou uma pessoa por si indicada, a viúva do escritor, Ângela de Oliveira, ou alguém que a represente, o presidente da Associação Portuguesa de Escritores, um Académico dedicado ao estudo de Carlos de Oliveira e, a convite do Município de Cantanhede, uma personalidade do meio literário.

Ainda de acordo com as normas regulamentares, o prémio não poderá ser atribuído ex-aequo, embora, em casos excecionais, possam ser concedidas até duas menções honrosas, estas sem valor pecuniário.

O resultado do concurso será divulgado durante a primeira quinzena de julho de 2016, sendo a sua entrega feita em cerimónia pública no dia 25 desse mês, no decurso da sessão solene comemorativa do Feriado Municipal de Cantanhede.




Na edição anterior concorreram 74 obras, tendo o prémio sido atribuído a Crime e Revolução, do historiador, escritor e poeta brasileiro Carlos Roberto da Rosa Rangel, romance que segundo a apreciação do júri “se distingue pela capacidade de evocação de um período histórico turbulento e controverso da história brasileira do século XX, evidenciando o autor um notável domínio da linguagem e da técnica narrativa”.

Anteriormente, o Prémio Literário Carlos de Oliveira havia sido já atribuído a “O Novíssimo Testamento”, do escritor Mário Lúcio Sousa, atual ministro da cultura de Cabo Verde, e a “Quase Tudo Nada”, de Arsénio Mota, escritor, jornalista, cronista, poeta, ensaísta, tradutor e editor.


Carlos de Oliveira

Carlos de Oliveira nasceu em Belém do Pará, no Brasil, a 10 de Agosto de 1921. Regressado a Portugal, juntamente com os pais, aos dois anos de idade, Carlos de Oliveira passou grande parte da sua infância no Concelho de Cantanhede, inicialmente na Camarneira e depois em Febres, onde seu pai exercia medicina. A partir de 1933, passou a viver em Coimbra, onde permaneceu durante quinze anos, a fim de concluir os estudos liceais e universitários. E 1941, ingressou na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde teve participação muito ativa nos movimentos intelectuais e políticos com outros jovens, entre os quais Joaquim Namorado, João Cochofel e Fernando Namora.

Depois de ter concluído a licenciatura em Ciências Histórico-Filosóficas, instalou-se definitivamente em Lisboa, sem contudo deixar de visitar regularmente Coimbra e a Região da Gândara.

Os terrenos pantanosos e arenosos da Região da Gândara onde viveu a sua infância são o cenário preferencial da sua obra narrativa e referência constante também na sua poesia.

É autor de diversas obras em diferentes géneros literários. Uma Abelha na Chuva (1953), Casa na Duna (1943), Finisterra (1978), Pequenos Burgueses (1948) e Alcateia (1944) são os seus romances mais conhecidos, enquanto na poesia são referência Mãe Pobre (1945), Descida aos Infernos (1949), Terra de Harmonia (1950), Cantata (1960), Sobre o Lado Esquerdo (1968), Micropaisagem (1968) e Entre Duas Memórias (1971). Publicou ainda contos e crónicas, com destaque para A Pequena Esperança (1946) e O Aprendiz de Feiticeiro (1971). Faleceu em Lisboa a 1 de Julho de 1981.




*

Fonte: Regulamento


Proxima
« Anterior
Anterior
Proxima »
Obrigado pelo seu comentário